Guilhermina Suggia (1885-1950)
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Guilhermina Suggia, imortalizada em 1923 por Augustus John
– enquanto interpretava Bach durante as sessões no atelier – foi uma violoncelista portuguesa notável, reconhecida no
seu tempo como uma das melhores do mundo. De ascendência italiana, nasceu no
Porto nos finais do século XIX revelando precocemente um imenso talento musical.
Apresentou-se pela primeira vez em público aos 7 anos e, seis anos mais tarde, começou
a receber lições de Pablo Casals, na altura em Portugal, contratado para tocar no
Casino de Espinho durante o verão de 1898.
Tendo-se tornado violoncelista profissional, Guilhermina Suggia foi a primeira mulher a fazer carreira a solo. Uma bolsa de estudo
concedida pela Rainha D. Amélia, após ter assistido a uma atuação da jovem, deu-lhe
oportunidade de se aperfeiçoar no Conservatório de Leipzig, a mais conceituada escola alemã de
violoncelo da sua época. A sua apresentação em 1901, nesta cidade, marcou o
início de uma brilhante carreira internacional. Mais tarde, em Paris reencontra
Pablo Casals, com quem virá a estabelecer uma relação amorosa, a partir de 1906.
Atuando em conjunto até à sua separação em 1913 foram considerados pelo
prestigiado jornal britânico The Times como os melhores violoncelistas do mundo.
A vida da violoncelista – que tinha já inspirado uma obra do romancista
Mário Cláudio, intitulada precisamente Guilhermina, publicada em 1986 – foi
apresentada no início deste mês em França, numa biografia intitulada La Suggia - L'autre violoncelliste da autoria de Henri Gourdin, o qual enquanto
escrevia a biografia de Pablo Casals se deparou com aquele invulgar.
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